Televisão comentada: a cena da novela, bastidores, análises sobre as estratégias das TVs, dicas de programas, críticas profundas ou rasas, tudo e qualquer coisa, pois tudo cabe na TV.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Meu reino por um cavalo - meu intervalo comercial por um vilão que dê coices.

Nada de novo, os vilões devem perder e, na maioria dos casos, receber a punição que merecem. Assim é a lei dos telefolhetins. Entretanto, enquanto não chega a semana decisiva em que o todo-malvado é descoberto, vai preso, morre ou foge, é sem dúvida o personagem mais amado. A fórmula é simples: o mal se move, e dramaturgia é ação. É claro que os autores poderiam fazer mocinhas mais interessantes, que pretendem alguma coisa na vida, mas de nada adiantaria sem um vilão para lhes atrapalhar o caminho. O conflito.

É de conflitos que vive a ficção e também a realidade, ou os realities shows. Nesse caso, porém, os vilões duram pouco. Em uma semana podem morrer. Assim é que qualquer alteração de voz de um BBB, qualquer mancada e, zap, o público lhe conta a cabeça. Isso para desespero das TVs que sabem que o que sustenta o ibope é esse delicioso jogo de amar-odiar-alguém-que-a-gente-nem-conhece. O público não sabe adiar o desfecho do jogo até o último instante, não tem paciência. Também, é certo, tem medo de que seu favorito acabe sucumbindo num paredão.

O BBB10 está repleto de potenciais vilões, cuidadosamente escolhidos pelo Boninho: Alex e Tessália, que já saíram; Elenita, Eliane e, claro, o maior de todos: Dourado. Com essas peças, a Globo monta seu folhetim realista e dá ao público mocinhos e vilões de carne e osso. Mas nem tudo dá certo nessa combinação. Os gays, que foram colocados no jogo como lebres jogadas aos leões não estão sendo atacados. Ninguém que pretenda ganhar um milhão e meio vai se queimar por um ato de homofobia, bem diferente do que acontece nos programas de humor. Os vilões de BBB são éticos.

Se você quer ver uma pessoa má como na vida real tem de se contentar com as novelas.

3 comentários:

Marielson Carvalho disse...
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Sueli Maia (Mai) disse...

Eu tenho limitações prá comentar o tema - mas não o teu texto.
A vilania tá nas ruas, nos poderes e se a impunidade os acoberta, ao menos isto a TV não mascara. O vilão parece que é degolado pelos demais e fuzilado pela opinião pública. Abraços

Gerana Damulakis disse...

Será que é ética artificial? Não creio. Acho que os preconceitos estão apenas com as gerações mais velhas. É apenas a minha opinião, tirada do mundo em torno. Pode ser que meu mundo seja pequeno, sei lá, mas só encontro pessoas preconceituosas nas gerações acima da minha.